Ocupação Escritas Ocultadas – A Paisagem Que Não Passa

Artista negra de campinas apresenta série de performances que abordam ausências negras durante celebração dos 250 anos de campinas, a última cidade a abolir a escravidão

A artista Andrea Mendes, com curadoria de Sônia Fardin, apresenta uma série de performances públicas em espaços históricos de Campinas que remetem à memória negra. A primeira, intitulada “OCUPAÇÃO ESCRITAS OCULTADAS – A PAISAGEM QUE NÃO PASSA”, ocorre de 16 a 25 de julho na região central da cidade. Segundo as realizadoras, o foco é utilizar a arte para ativar memórias conflituosas e incômodas.

SOBRE A OCUPAÇÃO

Na primeira edição do projeto ESCRITAS OCULTADAS, financiado pela própria artista e pela curadora, o foco foi no acervo do Museu da Cidade. A artista explorou documentos restritos aos códigos e lógicas do campo museológico. Após dois anos, a impactante ação se reflete na reconfiguração do museu. Em 2024, ano da celebração dos 250 anos de Campinas, a artista e a curadora decidiram expandir a ocupação para diálogo crítico com espaços públicos no centro da cidade.

Nesta segunda edição, realizada neste mês, as intervenções públicas e performances visam ativar memórias na paisagem urbana, destacando as contradições presentes nos espaços de grande circulação pública. O objetivo é trabalhar e debater criticamente um passado que, apesar de ocultado, se reinscreve no cotidiano, manifestando-se tanto em gestos de opressão quanto de resistência. Arte e memória são combinadas criticamente para revelar as forças sociais que moldam a paisagem atual e seus conflitos contemporâneos. Contribuem para as performances os artistas convidados Bruno dos Santos, Maraisa Raquel, Alessandro Oliveira, Thayara Magalhães, Joyce Nascimento, Ewerton Rodrigues, Poli Santos, Helen Aguiar, Thais Selva, Cecília Stelini, Ana Bia, Graciele Savio e Marina Costa.

PROGRAMAÇÃO

As performances do Escritas Ocultadas ocorrem entre 16 e 25 de julho em ruas e espaços públicos do centro histórico de Campinas, conforme o cronograma abaixo:

16/07 (terça) às 10h – “O legado da Princesa”
Performers: Andrea Mendes, Bruno dos Santos, Maraisa Raquel, Alessandro Oliveira.
Local: Rua 13 de Maio

17/07 (quarta) às 10h – “Embaixo do Chão”
Performers: Andrea Mendes e Alessandro Oliveira.
Local: Praça Guilherme de Almeida, Francisco Glicério, S/N (em frente ao Palácio da Justiça)

18/07 (quinta) às 10h – “Tem Preto no Museu”
Performers: Andrea Mendes, Thayara Magalhães, Joyce Nascimento, Ewerton Rodrigues, Poli Santos, Helen Aguiar, Thais Selva.
Local: Em frente ao Museu de Arte Contemporânea de Campinas

23/07 (terça) às 10h – “Cortejo da Perseverança”
Performers: Andrea Mendes e aberto para todas as pessoas.
Local: Início Rua Antônio Cesarino com a Moraes Sales até a Praça do Centro de Convivência

24/07 (quarta) às 10h – “CorAção”
Performers: Andrea Mendes e Cecília Stelini.
Local: Largo de Santa Cruz – Cambuí

25/07 (quinta) às 10h – “Dança da Alegria”
Performers: Andrea Mendes, Ana Bia, Graciele Savio e Marina Costa.
Local: Largo São Benedito (antigo Largo da Alegria)

QUEM FAZ O PROJETO?
Artista: Andrea Mendes
Andrea Mendes é uma artista negra, nascida em Itaberaba (BA) em 1979, atualmente residente em Campinas. Graduada em Artes Visuais pela PUC Campinas (SP) e mestre em Relações Étnico-Raciais pelo PPRER/CEFET – Rio de Janeiro (RJ). Transita entre arte e ativismo, explorando temas críticos que permeiam sua vida diária, expondo as fissuras do sistema social brasileiro que ainda reflete estruturas coloniais. Seu “artivismo” envolve experiências corporais com os espaços que ocupa, gerando tensões poéticas. Suas investigações abrangem performance, instalação e pintura em grandes formatos.

Curadora: Sônia Fardin
Historiadora e curadora de acervos visuais, mestre em História e doutora em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Moradora de Campinas, foi coordenadora do Museu da Imagem e do Som de Campinas e diretora do Departamento de Memória, Patrimônio e Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas. Ativista de movimentos sociais de memória, comunicação e direitos humanos, Sônia também pesquisa o Acervo João Zinclar, colabora com a Casa de Cultura Tainã, e integra a Rede de Memória e Museologia Social de São Paulo, o Coletivo Socializando Saberes e o Centro Cultural Esperança Vermelha. É curadora do Projeto Sobre Sub Solo de autoria da artista Andrea Mendes.

FICHA TÉCNICA:
Artista: Andrea Mendes
Curadoria: Sônia Fardin
Artistas Convidados: Bruno dos Santos, Maraisa Raquel, Alessandro Oliveira, Thayara Magalhães, Joyce Nascimento, Ewerton Rodrigues, Poli Santos, Helen Aguiar, Thais Selva, Cecília Stelini, Ana Bia, Graciele Savio e Marina Costa
Produção e Mídias Sociais: Thiago Moreira e Letícia Rosa
Assessoria de Imprensa: Malu Borin
Fotografia: Fabiana Ribeiro
Filmagem: Carlos Tavares
Designer Gráfico: Thiago Moreira